segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Notícia Correio Braziliense

Para deixar APPS, moradores de Vicente Pires propõem ocupar área perto da Estrutural
Do CorreioWeb
11/12/200613h11-Os moradores de Vicente Pires se reúnem na tarde desta quarta-feira com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para discutir o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) da região. O documento, apresentado em julho deste ano para a comunidade, aponta providências a serem tomadas no parcelamento para que a legalização se torne viável. A Associação Comunitária de Vicente Pires (Arvips) pretende propor a Secretária de Patrimônio, Alexandra Reschke, a ocupação de uma área próxima a Via Estrutural. O local seria ocupado por famílias que hoje vivem em áreas de proteção ambiental (APA). O presidente da Arvips, Dirsomar Chaves, explica que o EIA-Rima aponta a área como apropriada para ocupação econômica e urbana. “A parte mais próxima da Estrutural seria ocupado pelo comércio de Vicente Pires, que hoje é instalado em meio aos condomínios residenciais”, explica Chaves. Segundo ele, o estudo constatou o local como uma forte Área de Desenvolvimento Econômico. Os limites do local, que fica na via Estrutural, na altura de Vicente Pires, ainda não foram demarcados. Já a área urbana da nova ocupação seria povoada pelas cerca de 400 famílias que vivem em Áreas de Proteção Permanente (APPs) e por pessoas que moram em lotes indicados para construir equipamentos públicos. “Depois da regularização, precisaremos desocupar algumas famílias para instalar escolas e hospitais. Estas pessoas seriam levadas para este novo local”, sugere Chaves. Além das áreas econômicas e urbanas, o EIA-Rima propõe uma zona de amortização, para recuperação de áreas degradadas. O local, segundo Chaves, pode ser ocupada por 10 mil habitantes. Estudo O EIA-Rima de Vicente Pires foi elaborado por mais de 30 especialistas e custou R$ 1,7 milhão à comunidade. Entre as medidas sugeridas pelo estudo, estão a construção de um sistema viário e a criação de áreas verdes, parques e ruas. Só o custo para a recuperação ambiental do setor custará R$ 20 milhões. Outra questão apontada pelo estudo é a necessidade de derrubar 400 casas que ficam em APPs. Como o Governo do Distrito Federal (GDF) não conseguiu realizar as demolições, o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama) cassou a licença para a rede de abastecimento de água do local.